Rosangela Gasparotto
Em minha vivência como facilitadora de constelações sistêmicas, tenho me deparado com um vasto campo de informações pertinentes à vida em suas diferentes dimensões. E como, concomitantemente vinha me aproximando do mundo dos aromas e seu uso terapêutico, espontaneamente fui sentindo necessidade de utilizar alguns óleos essências nas constelações e percebendo que facilitavam alguns movimentos de liberação quando eram introduzidos no campo de um sistema. Por outro lado, em alguns momentos emergiam cheiros e eram sentidos por vários representantes em locais específicos no espaço onde se realizava o trabalho. Observando as reações notei que os aromas estavam relacionados à memória daquele sistema, especificamente olfativa.
Naturalmente, os acontecimentos que vivenciamos compõem uma cena (ou várias) em que diversos fenômenos interagem: locais, temperaturas, sons, cores, odores, etc. Além dos aspectos culturais, sociais e outros. Tudo isso e mais ainda, faz parte desta “cena”, deste evento, desta memória. Por isso, os aromas (óleos essenciais) foram assimilados pelo contexto do sistema nas constelações, como parte dos acontecimentos. Ou seja, alguns papéis se reportavam a cheiros, sendo estes reconhecidos, facilitando a identificação e compreensão dos movimentos ali presentes.
Obviamente que os aromas utilizados, de alguma forma, estavam relacionados com as informações daquele campo, respeitando o seu próprio movimento. Portanto, o uso dos óleos aromáticos não ocorre indiscriminadamente e o tempo todo. Apenas quando há uma demanda do próprio sistema trabalhado. Neste sentido, não necessariamente o uso do óleo se relaciona a sua propriedade terapêutica conhecida e sim com as especificidades do campo daquele sistema. Exceto em alguns momentos onde é percebida uma correlação.
Nota-se que, muitas vezes, a introdução do aroma “clareia” as informações que são manifestadas pelo sistema, como que facilitando o reconhecimento de recursos internos transformadores. As pessoas que tem participado nas constelações com uso de aromas (apoiadoras / representantes) vivenciando estes processos têm expressado o quanto os cheiros abrem espaços que desencadeiam liberações, especialmente nas situações mais truncadas e difíceis.
Apenas mencionando alguns exemplos:
1) Numa constelação onde o acontecimento estava relacionado com uma casa de madeira, numa floresta, foi utilizado o óleo de Cedro e este se reportava ao aroma da madeira da casa. A lembrança do cheiro do lugar trouxe acolhimento e, apesar das dores do que ali foi vivido, trouxe conforto e a sensação de pertencimento resgatando a força para seguir;
2) Em outra constelação em que se tratava de um período doloroso de guerra, manifestaram-se dores no corpo do representante do constelado, especialmente na região do estômago. Foi utilizado o óleo Sangue de Dragão e as dores acabaram imediatamente. Verificou-se que as dores eram decorrentes de ferimentos do campo de batalha e que o óleo agiu cicatrizando a memória dessas feridas físicas. Posteriormente, o constelado relatou que sentia frequentemente fortes dores no estômago, sem nenhum diagnóstico conclusivo. Além da constelação, indiquei por um breve período um tratamento com o mesmo óleo, de forma mais sutil. Ele não teve mais dores.
Naturalmente, o fato de conhecer este universo dos aromas me possibilitou esta experiência, num crescente e contínuo aprendizado, abrindo novas alternativas que se somam ao trabalho com as constelações sistêmicas, notadamente um instrumento maravilhoso de ajuda e libertação de antigos padrões. Um recurso atual e que cresce cada vez mais, permitindo àqueles que passam por este processo, resoluções de conflitos pessoais e de relacionamentos e uma vida mais equilibrada, saudável e amorosa. Somado ao recurso Aromaterapêutico, ampliam-se eficazmente essas possibilidades.